Mulher com volume corporal em body da cor da pele com a mão junto à coxa

Emagrecer na menopausa e na perimenopausa

A menopausa representa o fim da fertilidade e o início de uma nova fase na vida da mulher. Por ser um processo biológico que envolve muitas alterações a nível hormonal, muitas mulheres manifestam dificuldades na gestão do peso, sobretudo em emagrecer na menopausa.  Neste artigo vou explicar com mais detalhe o que acontece para que estas alterações e dificuldade surjam na fase da menopausa. 

A menopausa e a perimenopausa

A menopausa é declarada quando a mulher tem amenorreia (ausência de menstruação espontânea) por 12 meses consecutivos; é, portanto, uma nova fase da vida da mulher em que a mesma deixa de ovular, representando o fim da fertilidade. A idade em que as mulheres entram na menopausa está, em média, nos 51 anos, mas pode ocorrer uns anos antes ou depois. 

A perimenopausa antecede a menopausa sendo, portanto, uma fase de transição da vida reprodutiva para o fim da fertilidade. É a fase em que os níveis hormonais, sobretudo de estrogénio, começam a declinar e, portanto, alguns sintomas começam a surgir e a incomodar. 

muitos sintomas e desconfortos associados à menopausa que vão muito além dos conhecidos calores e afrontamentos, tais como a gestão do peso e o aumento de peso. 

O aumento de peso e a dificuldade em emagrecer na menopausa

Quando a mulher entra na menopausa há uma diminuição dos níveis de várias hormonas, como o estrogénio, a testosterona e a progesterona. O estrogénio é a hormona mais impactante para a gestão do peso. 

O hipoestrogenismo, caracterizado por níveis baixos de estrogénio, tem implicação na distribuição da gordura corporal, aumentando o acúmulo de gordura abdominal, bem como no aumento do apetite e na diminuição do gasto energético.  

Temos, portanto, uma relação direta entre a diminuição de estrogénios e o aumento da gordura visceral. 

De salientar ainda que a própria acumulação de gordura abdominal (ou visceral) já estimula a inflamação do organismo, promovendo a resistência à insulina e levando a alterações no metabolismo. Estamos, portanto, perante um cenário complexo e difícil na gestão do peso. 

Tratar o hipoestrogenismo

Se os níveis de estrogénio estão baixos, haverá forma de conseguirmos reequilibrá-los? Vários estudos* demonstram que, ao regular os níveis de estrogénio no organismo, é possível controlar o apetite, melhorar o gasto energético e, consequentemente, gerir melhor o peso. 

Este reequilíbrio do estrogénio é realizado através da terapia de reposição hormonal (TRH) com hormonas bioidênticas, que são estrutural e quimicamente iguais às hormonas produzidas pelo nosso organismo. 

Contudo, nem todas as pessoas podem realizar a terapia de reposição hormonal e por isso é fundamental que cada mulher seja devidamente avaliada por um médico, realizando todos os exames e análises necessários. 

Por fim, é crucial olharmos para o intestino. O estroboloma é o conjunto de genes microscópicos presentes no intestino responsável pela metabolização do estrogénio. Se não estiver equilibrado, também terá consequências na função do estrogénio e, consequentemente, no aumento de peso. 

A menopausa é uma nova e desafiadora fase na vida da mulher. Mas saiba que, com acompanhamento médico especializado, é possível reverter a situação e aligeirar os seus desconfortos. 

Se tem dificuldades em emagrecer na menopausa, agende a sua consulta de Medicina Anti-Aging para que seja avaliada com precisão e para compreender como atenuar os sintomas da menopausa. 

*Estudos mencionados:

  • Zain A. Al-Safi MD, et al. “Obesity and Menopause” Elsevier, 2014
  • Miguel López, et al. “Estradiol and Brown Fat” Elsevier, 2016

Dr.ª Marta Padilha

Médica de Medicina Geral e Familiar com Master em Medicina Anti-envelhecimento e Longevidade | Cédula Ordem dos Médicos nº44139